Lopes explica que há uma queda de braço entre Brasil e Argentina no Mercosul e que o presidente Jair Bolsonaro já deixou claro que o país vizinho não pode ser um empecilho para os avanços que o governo brasileiro quer fazer em relação à abertura comercial.
“O governo brasileiro não quer impor que a Argentina, por questões econômicas que vive no momento, proceda a esse movimento de abertura pretendido pelo Brasil. Mas o Brasil também não quer que a Argentina seja uma barreira para os seus avanços em relação à abertura comercial. O ministro Guedes procurou a indústria nacional e não quer fazer nada que a prejudique. Mas nós vamos insistir para que a medida seja transversal e que daqui para frente esteja vinculada à redução do custo Brasil”, diz Lopes.
Durante a 58ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, em 8 de julho, o presidente Jair Bolsonaro criticou Alberto Fernández, presidente argentino, que esteve à frente do bloco nos últimos seis meses, e cobrou acordos por maior flexibilização econômica entre os países membros. O Brasil tenta flexibilizar as regras atuais e a proibição de que um dos sócios negocie de forma individual os tratados de livre comércio com outros países que integram o Mercosul.
Estabilização
Sobre os preços, Lopes explica que disse ao ministro que não existe a menor possibilidade de fazer acordo com o governo para a redução por questões de compliance (conformidade), por questões concorrenciais e porque cada empresa tem a sua política comercial.
“Não foi feito acordo, o que fizemos foi mostrar para o ministro que as razões que levaram ao aumento dos preços agora têm uma sinalização de estabilização. Se não há pressão de matéria-prima e insumo na sua estrutura produtiva não tem porque aumentar o preço. O ministro, empolgado, foi lá e falou em acordo informal”, afirma.