Brasil precisa estruturar políticas para avançar em inovação
(19/04/2020) – A CNI – Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera que as dificuldades provocadas pela pandemia da Covid-19 vêm mostrando o quanto a área de ciência, tecnologia e inovação é importante e necessária para o enfrentamento de crises do ponto de vista econômico e social – e o quanto o Brasil está atrasado nesta área.
A avaliação da CNI baseia-se na mais recente Pesquisa de Inovação (Pintec) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que foi divulgada na última quinta-feira, 16. De acordo com o estudo, o Brasil, apesar de ser a nona maior economia do mundo, aparece apenas na 66ª posição no ranking que mede a atividade inovativa dos países.
De fato, as empresas consideradas inovadoras no Brasil investiram tão somente R$ 67,3 bilhões em atividades inovativas no ano de 2017, o que corresponde a mero 1,95% da receita líquida total das vendas no mesmo ano.
Enquanto o investimento médio anual em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) no Brasil é de US$ 40,5 bilhões, na Coreia do Sul é de US$ 84,25 bilhões, na Alemanha de US$ 110,09 bilhões, no Japão de US$ 155,10 bilhões, na China de US$ 442,72 bilhões e nos EUA de US$ 483,68 bilhões – mais de dez vezes o do Brasil.
Para a diretora de inovação da CNI, Gianna Sagazio, um dos passos importantes para que o Brasil se torne um país mais inovador seria a aprovação da Política Nacional de Inovação.
A CNI e a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI) – grupo coordenado pela CNI que reúne lideranças de mais de 300 das principais empresas com atuação no país – estão colaborando para a definição desta política, tendo enviado um pacote de sugestões ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
“Esta crise é uma oportunidade para o Brasil estabelecer uma estratégia ambiciosa na área e, assim, se posicionar entre as 30 economias mais inovadoras do mundo até 2030”, afirma Gianna.
Dentre as propostas, está a criação de um ambiente institucional e regulatório favorável à inovação, a oferta de instrumentos de subvenção econômica e de crédito compatíveis com o risco tecnológico e a maior integração do setor industrial com universidades e instâncias governamentais.
FONTE:
USINAGEM BRASIL