Indústria puxa recuperação da economia no 3º trimestre
A indústria foi a grande responsável pelo expressivo crescimento do PIB do Brasil no terceiro trimestre, de +7,7% frente ao trimestre anterior.
De acordo com dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a indústria cresceu +14,8% na comparação com o segundo trimestre, a maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996.
Este crescimento, segundo análise do IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial, foi suficiente para que o setor retomasse o nível de PIB do primeiro trimestre de 2020. Mas, por causa do tombo de -9,6% da economia no segundo trimestre, a indústria, sozinha, não foi capaz de fazer com que o PIB brasileiro se recuperasse plenamente.
De fato, o PIB permaneceu 4,1% abaixo do nível do quarto trimestre de 2019, quando a pandemia ainda não havia atingido o país, mostrando retrocesso para um patamar equivalente ao do segundo trimestre de 2016, um período econômico de grandes dificuldades para o Brasil.
O principal destaque da indústria residiu na indústria de transformação, cujo PIB avançou +23,7% no terceiro trimestre, compensando integralmente o tombo levado no trimestre anterior. Também foi verificada expansão nos segmentos de eletricidade, gás e água (8,5%), construção civil (5,6%), e indústrias extrativas (2,5%).
Em contrapartida, as demais áreas de atividade econômica não registraram o mesmo dinamismo, restringindo assim a recuperação do PIB total no terceiro trimestre.
O PIB da agropecuária apresentou queda de -0,5%, e o setor de serviços crescimento de +6,3%, menor do que o do PIB total. Dentro desta área, só os segmentos de comércio e transportes apresentaram expansões, de +15,9% e +12,5%, insuficientes para melhorar o desempenho geral do setor.
Para o Iedi, embora a recuperação do PIB tenha ocorrido de forma relativamente disseminada e mais forte do que o previsto, nem por isso 2020 deixará de ser um dos piores anos da história recente do país. A queda acumulada do PIB até o terceiro trimestre de 2020 está em -5%. O último Boletim Focus projeta perda de -4,5% para o ano como um todo, mais intensa do que em 2015 e 2016 (-3,5% e -3,3%, respectivamente).
FONTE:
FERRAMENTAL