Lixo eletrônico vira revestimento para aços
Pesquisadores da Universidade de Nova Gales de Sul, na Austrália, a partir de um processo de reciclagem de lixo eletrônico, desenvolveram um revestimento ideal para a proteção de superfícies metálicas contra desgaste e corrosão. O objetivo é gerar um novo tipo de material híbrido, a partir de itens já descartados, com custos mínimos.
O estudo foi baseado em trabalhos já desenvolvidos por outras equipes, transformando restos de vidro e plástico em cerâmica, rica em sílica, e ampla aplicabilidade. No entanto, a abordagem não se aplica aos eletrônicos muito antigos, que concentram grande diversidade de materiais e, portanto, dificultam a separação.
Os pesquisadores trituraram monitores de computadores antigos e aqueceram pó resultante a 1500 °C, dando origem a nanofios de carbeto de silício. Sobre uma placa de aço, os pesquisadores misturaram os nanofios e o pó de placas de circuito impresso. A mistura de lixo eletrônico foi aquecida a 1000 °C, fundido os materiais sobre o aço.
Imagens do metal revestido (feitas por microscopia) mostram que nem mesmo ferramentas de corte conseguem danificar o novo material, que permanece fixado ao aço sem lascas ou rachaduras. O revestimento conferiu um aumento de 125% à dureza do aço (mais do que o dobro).
Os pesquisadores chamam esse processo de “microrreciclagem seletiva”, oriunda de “microcirurgia de material”. De acordo com eles, o processo tem potencial para transformar o lixo eletrônico em novos revestimentos avançados para superfícies, sem o uso de matérias-primas caras.
FONTE:
USINAGEM BRASIL